Teologia (<grego θεóς, theos, "Deus"; + λóγος, logos, "palavra", por extensão, "estudo"), lato sensu (em sentido amplo, genérico e literal) é o estudo acerca da divindade, aí incluida a seidade divina, una ou múltipla. É, pois, a "ciência [acerca] do(s) deus(es)", ou o estudo das questões referentes ao conhecimento da divindade, de seus atributos e relações com o mundo e com os homens, e à verdade religiosa.
Assim, pois, teologia não é conceito proprietário de uma religião em si, senão de qualquer religião, qualquer que seja a sua ideologia, e qualquer que seja a sua concepção, mono- ou poli-divindade.
A visão cristã ou, algumas vezes, conjuntamente, judaico-cristã — não só pela ascendência histórica do judaísmo sobre o cristianismo, mas pela íntima conexão ideológica — naturalmente apresenta feição própria e única. Nesse sentido, fala-se mais adequadamente, em teologia cristã e, apenas quando não houver possibilidade de confusão, ou no trato em domínio específico e por simplicidade, tão-somente em teologia.
Teologia cristã[]
Sob a visão cristã, teologia (do grego θεóς, theos, "Deus"; + λóγος, logos, "palavra", por extensão, "estudo"), em seu sentido literal, é o estudo sobre Deus, o Absoluto e Único, precisamente Javé Deus, conforme manifesto por Jesus Cristo. Como ciência tem um objeto de estudo: Deus. Entretanto como não é possível estudar diretamente um objeto que não vemos e não tocamos, estuda-se Deus a partir da sua revelação. No Cristianismo isto se dá a partir da revelação de Deus na Bíblia. Por isso, também se define "teologia" como um falar "a partir de Deus" (Karl Barth).
Este termo foi usado pela primeira vez por Platão, no diálogo A República, para referir-se à compreensão da natureza divina por meio da razão, em oposição à compreensão literária própria da poesia feita por seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados:
- teologia como o ramo fundamental da ciência filosófica, também chamada filosofia primeira ou ciência dos primeiros princípios, mais tarde chamada de metafísica por seus seguidores.
- teologia como denominação do pensamento mitológico imediadamente anterior à Filosofia, com uma conotação pejorativa, e sobretudo utilizado para referir-se aos pensadores antigos não filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro).
Santo Agostinho tomou o conceito "teologia natural" da obra Antiquitates rerum humanarum et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como única teologia verdadeira dentre as três apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Acima desta, situou a teologia sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos dados da revelação e, portanto, considerada superior. A teologia sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, não estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como uma serva (ancilla theologiae) que ajudaria a primeira na compreensão de Deus.
Teodicéia, termo empregado atualmente como sinônimo de teologia natural, foi criado no século XVIII por Leibniz, como título de uma de suas obras (chamada "Ensaio de Teodicéia. Sobre a bondade de Deus, a liberdade do ser humano e a origem do mal"), embora Leibniz utilize tal termo para referir-se a qualquer investigação cujo fim seja explicar a existência do mal e justificar a bondade de Deus.
Na tradição cristã (de matriz agostiniana), a teologia é organizada segundo os dados da revelação e da experiência humana. Estes dados são organizados no que se conhece como Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática.
Ver também[]
- Teologia contemporânea
- Teologia moral
- Teologia Gnóstica
- Teologia da Libertação
- Teologia espiritual
- Teologia Sistemática
A Christianity Knowledge Base tem um artigo (em inglês) sobre o mesmo tema em Theology. |
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