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Nota: Para outros usos da expressão Igreja Católica veja: Igreja Católica (desambiguação)


Catolicismo
Romano
Ratzinger Szczepanow 2003 11
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IGREJA CATÓLICA
Christian cross

A Igreja Católica é a maior organização religiosa do Cristianismo, com mais de um bilhão de fiéis.[1] Chama-se também a Igreja Católica Romana[2] e Igreja Católica Apostólica Romana.[3]

Ela se autodefine pelas palavras do Credo, como:

« una » porque nela subsiste a única instituição verdadeiramente fundada e encabeçada por Cristo para reunir o povo de Deus, porque ela tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo e porque ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade;
« santa » porque ela é a Esposa de Cristo (Cristo entregou-se por ela), por sua ligação única com Deus, o seu autor, e que visa, através dos sacramentos, santificar, purificar e transformar os fiéis;
« católica » porque ela é universal, é espalhada por toda a Terra, é portadora da integralidade e totalidade do depósito da e nela está presente Cristo ("Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja Católica", citação de S. Inácio de Antioquia);
« apostólica » porque ela é fundamentada na doutrina dos apóstolos cuja missão recebeu sem ruptura.

A Igreja Católica é constituída por 23 Igrejas autónomas (sui juris), em ligação umas com as outras e subordinadas ao Papa, também chamado de Bispo de Roma, na sua qualidade de Sumo Pontífice da Igreja Universal, segundo a doutrina tradicional católica. Estas igrejas autônomas professam a mesma doutrina e fé, salvaguardada na sua integridade e totalidade pelo Papa. Mas, elas possuem diferentes particularidades histórico-culturais, uma tradição teológica e litúrgica diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas.

A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a Igreja Católica Latina, uma das 23 Igrejas autónomas da Igreja Católica.

O actual Bispo de Roma e Papa é Bento XVI, eleito em 19 de Abril de 2005, como sucessor do Papa João Paulo II. Seu nome de batismo é Joseph Ratzinger. De acordo com a doutrina tradicional da Igreja Católica, o Papa, Bispo de Roma, seria sucessor de S. Pedro, sendo este o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja Universal, de acordo com a doutrina tradicional da Igreja Católica. De acordo com essa doutrina, o papa seria o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por instituição divina, teria poder, pleno, supremo, imediato e universal.

História[]

Crystal Clear app xmagVer artigo principal: História da Igreja Católica

A história da Igreja Católica cobre um período de aproximadamente dois mil anos, é uma das mais antigas instituições religiosas em atividade, influindo no mundo em aspectos espirituais-religiosos, morais, políticos e sócio-culturais.

A Igreja Católica acredita ter sido fundada por Cristo e os católicos crêem que a Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado: "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e "Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus" (cf. Mt 16, 17-20) e depois da ressurreição o confirmou: "apascenta os meus cordeiros" (cf. Jo. 21, 15-17) e que teria apontado Pedro, depois Bispo de Roma, e o seus sucessores como fundamento e cabeça visível de toda a Igreja.


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Eclesiologia[]

Doutrina[]

Crystal Clear app xmagVer artigo principal: Doutrina da Igreja Católica


A doutrina tradicional da igreja católica instituiu o que se chama de dogmas, sendo um dos mais importantes o dogma da Santíssima Trindade. Este dogma professa que Deus é simultaneamente uno (porque só existiria um deus) e trino (porque estaria dividido em 3 pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo). A doutrina professa também a divindade de Jesus, que seria uma das pessoas da Trindade, a salvação através da fé em Jesus Cristo e por amar a Deus acima de todas as coisas. A doutrina Católica está expressa e resumida no Catecismo da Igreja Católica. A doutrina católica professa que a Igreja constitui o Corpus Mysticum, em que Cristo seria a cabeça e os fiéis membros deste corpo único, inquebrável e divino para reunir toda a humanidade e antecipar a vida no Reino de Deus, caminhando juntos para a santidade. A doutrina católica professa que os cristãos não-católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável Dele através do Baptismo.

Os pontos de vista católicos diferem dos ortodoxos em alguns pontos, incluindo a natureza do Ministério de S. Pedro (o Papado), a natureza da Trindade e o modo como ela deve ser expressa no Credo Niceno-Constantinopolitano, e o entendimento da salvação e do arrependimento. Os católicos divergem dos protestantes em vários pontos, incluindo a necessidade da penitência, o significado da comunhão, a composição do Cânone das Escrituras, o purgatório e o modo como se atinge a salvação: os protestantes acreditam que a salvação se atinge apenas através da fé (sola fide), ao passo que os católicos acreditam que a fé deve ser expressa através das boas obras. Esta divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação (na Reforma ensinava-se que "nos justificamos apenas pela fé"). O diálogo ecuménico moderno levou a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, anglicanos e outros.

0s 10 Mandamentos da Lei de Deus[]

Existem várias representações dos Dez Mandamentos (a Lei de Deus) devido à diversidade de traduções existentes. Aqui está uma representação inspirada em Êxodo 20, embora com algumas adaptações, da versão de João Ferreira de Almeida (Ver no Wikisource):

  • 1º Amar a Deus sobre todas as coisas
  • 2º Não tomar o seu Santo Nome em vão
  • 3º Guardar domingos e festas de guarda
  • 4º Honrar pai e mãe
  • 5º Não matar
  • 6º Não pecar contra a castidade
  • 7º Não roubar
  • 8º Não levantar falso testemunho
  • 9º Não desejar a mulher do próximo
  • 10º Não cobiçar as coisas alheias

ou ainda

  • 1º Não terás outros Deuses diante de mim
  • 2º Não farás para ti imagem de escultura
  • 3º Não usar o santo nome de Deus em vão
  • 4º Lembra-te do dia de Sábado para o santificar
  • 5º Respeite seu pai e sua mãe
  • 6º Não matarás
  • 7º Não adulterarás
  • 8º Não furtarás
  • 9º Não dirás falso testemunho contra o teu próximo
  • 10º Não cobiçar as coisas alheias

Aqui está mais uma representação, ensinada actualmente na catequese da Igreja Católica:

  • 1º Amar a Deus sobre todas as coisas
  • 2º Não invocar o Santo Nome de Deus em vão
  • 3º Guardar domingos e festas de guarda
  • 4º Honrar pai e mãe
  • 5º Não matar
  • 6º Guardar castidade nas palavras e nas obras
  • 7º Não roubar
  • 8º Não levantar falsos testemunhos
  • 9º Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos
  • 10º Não cobiçar as coisas alheias

Sacramentos[]

Girl at catholic christening

Baptismo de uma menina

Dentro da fé católica, os sacramentos são gestos e palavras de Cristo que concedem graça santificadora sobre quem os recebe. A Igreja Católica tem sete sacramentos (veja também sacramentos católicos):

  • Batismo é dado às crianças e a convertidos adultos que não tenham sido antes batizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote).
  • Confissão ou Penitência ou Reconciliação envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus).
  • Eucaristia (Comunhão) é o sacrifício de Cristo marcado pela partilha do Corpo de Cristo e do Sangue de Cristo que se considera que substituem em tudo menos na aparência o pão e o vinho utilizados na celebração. A crença católica romana de que pão e vinho são transformados no Corpo e no Sangue de Cristo chama-se transubstanciação.
  • Na Confirmação ou Crisma, o presente do Espírito Santo que é dado no baptismo é "fortalecido e aprofundado" (veja o Catequismo da Igreja Católica, para. 1303) através da imposição de mãos e da unção com óleo. Na maior parte das igrejas de Rito latino, este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta. Nas Igrejas Católicas Orientais o sacramento da crisma é geralmente executado por um padre imediatamente depois do baptismo.
  • Sagrado matrimónio.
  • As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar para o sacerdócio e, no rito latino (ou ocidental), envolvem um voto de castidade enquanto que nos ritos orientais, os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos. Em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se for declarada a nulidade do casamento . O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde Vaticano II um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de padre e o de bispo.
  • A Unção dos enfermos era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado abençoado especificamente para esse fim e já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos.

5 Mandamentos da Igreja Católica[]

  1. Participar da Missa aos Domingos e outras festas de guarda, ficando livre de trabalhos e de actividades que pudessem impedir a santificação desses dias
    No Brasil os dias santos de guarda são:
    Santa Maria, Mãe de Deus - 01 de janeiro
    Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) - data variável entre maio e junho: 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade
    Imaculada Conceição de Maria - 08 de dezembro
    Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - 25 de dezembro
  2. Confessar-se ao menos uma vez por ano.
  3. Receber o sacramento da Eucaristia pelo menos pela Páscoa
  4. Abster-se de comer carne e observar o jejum nos dias estabelecidos pela Igreja
    Dias de jejum: quarta-feira de cinzas e sexta-feira santa.
    Dias de abstinência de carne: sextas-feiras da quaresma.
  5. Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades
    Estes cinco mandamentos, na sua forma atual, foram promulgados em 2005 pelo Papa Bento XVI, quando suprimiu o termo "dízimos" do quinto mandamento (pagar dízimos conforme o costume), cujo sentido real era, obviamente, contribuição, não taxação. Por isto é que vinha originalmente no plural. Lembrando que, especialmente no Brasil, diversos membros de pastorais arbitrariamente haviam reduzido o termo para o singular, culminando, na criação e expansão da "pastoral do dízimo" que, embora presente e atuante, encontra-se em divergência (pelo menos textualmente), no que tange às determinações romanas, mesmo porque dízimo, no sentido próprio da palavra, nunca existiu na Igreja Católica.

Estrutura e Cargos[]

St Peter's Square, Vatican City - April 2007

Basílica de S. Pedro, Cidade do Vaticano

A Igreja Católica tem uma estrutura hierarquizada. O seu Chefe é o Papa, Sumo Pontífice da Igreja Católica Universal. A expressão "Santa Sé" significa o conjunto do Papa e dos dicastérios da Cúria Romana, que o ajudam no governo de toda a Igreja. O Papa é eleito, aconselhado e assistido pelo Colégio dos Cardeais, conhecidos também como Príncipes da Igreja. Na Igreja latina e em algumas das orientais, só o Papa pode designar os membros da Hierarquia da Igreja acima do nível de presbítero. Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte papal, chamada de Cúria Romana.

Os Papas exercem o que é chamado Infalibilidade Papal, isto é, o direito de definir declarações definitivas de ensinamento católico em matérias de fé e moral. Na realidade, desde a sua declaração no Concílio Vaticano I, em 1870, a infalibilidade papal foi usada solenemente só uma vez, pelo Papa Pio XII, no ano 1950.

A autoridade do Papa vem da fé de que ele é o sucessor directo do Apóstolo Simão Pedro, conforme o Evangelho de Mateus 16,18-19 , chamado Príncipe dos Apóstolos, e, como tal, o Vigário de Cristo na Terra. A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:

  • Papa, líder da Igreja Católica (ou Igreja Universal) e também Bispo de Roma, possuidor do Pastoreio de todos os cristãos, concedido por Nosso Senhor Jesus Cristo. A sucessão dos Papas, desde Pedro, possuiu sua sede em Roma, a chamada cátedra de Pedro. Por isso, o Papa (Bispo de Roma), herda toda autoridade (Jurisdição Universal) depositada nessa cátedra e além de Bispo de Roma, é também Chefe de toda a Igreja Universal, exercendo assim o Pastoreio Universal. Os que o assistem e aconselham na liderança da Igreja são os Cardeais;
  • Patriarcas são normalmente títulos possuídos pelos líderes das Igrejas Católicas Particulares Orientais sui juris, que, com os seus sínodos, constituem a instância suprema para todos os assuntos dos Patriarcados Orientais, não excluído o direito de constituir novas eparquias e de nomear Bispos do seu rito dentro dos limites do território patriarcal, salvo o direito inalienável do Romano Pontífice de intervir em cada caso. Estes patriarcas são eleitos pelos respectivos sínodos das Igrejas Orientais e depois reconhecidos pelo Papa. Mas alguns dos grandes arcebispos da Igreja Latina também são chamados Patriarcas; entre estes contam-se o Arcebispo de Lisboa e o Arcebispo de Veneza, mas eles não têm o poder que os Patriarcas Orientais possuem;
  • Bispos (Arcebispo e Bispo Sufragário): são os sucessores directos dos doze apóstolos. Receberam o todo do sacramento da Ordem;
  • Presbítero (Monsenhor é um título honorário para um presbítero, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais): colaboradores dos bispos, que não o mesmo nivel de jurisdição completa sobre os fiéis.
  • Diácono: possui o primeiro grau do Sacramento da Ordem. É ordenado não para o sacerdócio, mas para o serviço da caridade da proclamação da Palavra de Deus e da liturgia. Auxilia directamente os presbíteros e bispos. Os ministros aqui citados fazem parte do clero.

Existem ainda funções menores: Leitor, Ministro Extraordinário da Comunhão eucarística, Ministro da Palavra e Acólito (desde o Concílio Vaticano Segundo, o cargo de sub-diácono deixou de existir).Estas funções tomados em conjunto não fazem parte do clero, pois são conferidas aos leigos, uma vez que, para entrar para o sacerdócio, é preciso ao cristão receber as Ordens Sagradas. As ordens religiosas têm a sua própria hierarquia e títulos específicos.

O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais (o processo de eleição, que tem lugar na Capela Sistina, é chamado Conclave). Cada Papa continua no cargo até a sua morte ou até que abdique (o que aconteceu poucas vezes, e nunca desde a Idade Média).

O Colégio dos Cardeais é um conjunto de bispos católicos que são conselheiros especiais do Papa. Um presbítero (padre) pode ser nomeado Cardeal, desde que se "distinga em fé, moral e piedade". Se um cardeal que ainda não tiver sido ordenado bispo for eleito Papa, deverá receber a ordenação episcopal mais tarde. (ver a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis[1]) Todos os cardeais com menos de 80 anos têm o direito de votar para eleger um novo papa depois da morte do seu predecessor. Os escolhidos para serem cardeais são quase sempre bispos, mas no entanto o Papa concedeu no passado a presbíteros destacados (por exemplo, a teólogos) lugares de membro do Colégio, após ultrapassarem a idade eleitoral. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a classificação em bispo cardeal, padre cardeal e diácono cardeal) em Roma para fazer dele membro do clero da cidade. Muitos dos cardeais servem na cúria, que assiste o Papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que não são residentes em Roma são bispos diocesanos.

Organização por região[]

A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese (chamada eparquia nas Igrejas Orientais). Estas correspondem geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, da cátedra, ou cadeira, do bispo, que é um dos símbolos principais do seu cargo. Dentro da diocese ou eparquia, o bispo exerce aquilo que é conhecido como poder ordinário, ou seja, autoridade própria, não delegada por outra pessoa. (Os membros de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre eles.) Embora o Papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades, um bispo tem bastante independência na administração de uma diocese ou eparquia. Algumas dioceses ou eparquias, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas arquidioceses ou arquieparquias e são chefiadas por um arcebispo metropolitano. Em grandes dioceses (ou eparquias) e arquidioceses (ou arquieparquias), o bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos não designados para chefiá-las. Arcebispos, bispos sufragários (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas (ver Ordinariato Militar).

Quase todas as dioceses ou eparquias estão organizadas em grupos conhecidos como províncias eclesiásticas, cada uma das quais era chefiada por um arcebispo metropolitano. Existem também as conferências episcopais, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. A autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é limitada. As conferências episcopais começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no Concílio Vaticano Segundo, no documento Christus Dominus.

As dioceses ou eparquias são divididas em distritos locais chamados paróquias. Todos os católicos devem frequentar e sustentar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo, no dia a dia, é vivido na comunidade local, unida em prece na paróquia local. As paróquias são em grande medida auto-suficientes; uma igreja, freqüentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada "missão".

A Igreja Católica sustenta muitas ordens (grupos) de monges, não necessariamente ordenados, e freiras que vivem vidas especialmente devotadas a servir Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus.

Liturgia e Prece[]

O ato de prece mais importante na Igreja Católica é a liturgia Eucarística, normalmente chamada Missa. A missa é celebrada todos os domingos de manhã na maioria das paróquias Católicas; no entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem à missa no sábado à noite. Os católicos devem também rezar missa cerca de dez dias adicionais por ano, chamados Dias Santos de Obrigação. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, excepto na Sexta-feira Santa, pois neste dia não celebra-se a Missa em nehuma igreja católica do mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) e pelo padre ou diácono. O padre ou diácono lê sempre as leituras do Evangelho. Depois de concluídas as leituras, é feita a homilia por um padre ou diácono. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o Credo, que afirma as crenças ortodoxas do catolicismo. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual o pão e o vinho se transformam na Carne e Sangue de Cristo, e a procissão da comunhão.

Variedade de Igrejas particulares[]

A maior das Igrejas pariculares da Igreja Católica é a Igreja Católica Latina. As restantes 22 Igrejas sui juris, conhecidas colectivamente como "Igrejas Católicas do Oriente", são governadas por um hierarca que ou é um Patriarca, ou um Arcebispo Principal, ou um Metropolita. A Cúria Romana administra quer a igreja ocidental, quer (de manera mais limitada) as igrejas orientais. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico latino.

As Igrejas sui iuris ou sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas Ritos. Os ritos litúrgicos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antioquia, o Alexandrino, o Caldeu e o Arménio. O Rito Romano, que predomina na Igreja Latina, é por isso dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%); mas mesmo na Igreja Latina existem ainda outros ritos litúrgicos menores, em particular o Rito Ambrosiano, o Rito Bracarense e o Rito Moçárabe). Antigamente havia muitos outros ritos litúrgicos ocidentais, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do Concílio de Trento.

Historicamente, a forma do Santo Sacrifício da Missa usada no Rito Romano de 1570 até 1970 (a "Missa Tridentina") era conduzido, na maioria dos países, inteiramente em Latim eclesiástico, mas no Concílio Vaticano Segundo, no início dos anos 60, foi promulgada uma grande revisão da Missa, que agora é celebrada com o padre a voltar para o povo, ficando entre eles o altar, e em todos os países na língua vernacular (local) além do Latim.

O serviço correspondente das Igrejas Católicas Orientais, a Divina Liturgia, é conduzido em várias línguas modernas o antigas, segundo o Rito e a Igreja: as Igrejas de Rito Bizantino usam o grego, o eslavónico, o árabe, o romeno, o georgiano e outras; as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o siríaco e o árabe, a Igreja de Rito Arménio usa o arménio e as Igrejas de tradição alexandrina usam o copta e o ge'ez.

Ritos e Igrejas sui juris[]

Aqui estão as 23 Igrejas católicas sui juris, os seus respectivos ritos litúrgicos e a sua respectiva data (ou suposta data) de fundação. Esta lista baseia-se no Anuário Pontifício da Santa Sé, presente neste website.

Nota: Alguns consideram a Igreja Católica Bizantina Georgiana como uma igreja sui juris de rito bizantino mas, como a Santa Sé não reconheceu-a, ela não é uma igreja católica particular.
Ritos Ocidentais[]

São utilizados pela Igreja Católica Latina. Existe 6 ritos ocidentais, sendo o mais utilizado o Rito Romano.

  • Rito Romano (a anterior forma deste rito litúrgico, como no Missal de 1962, é permitida como una "forma extraordinária")
  • Rito Ambrosiano
  • Rito Bracarense
  • Rito Galicano
  • Rito Moçárabe
  • Uso Anglicano
  • Rito dos Cartuxos
Rito Bizantino[]

É utilizado pelas seguintes Igrejas:

  • Igreja Greco-Católica Melquita (1726)
  • Igreja Católica Bizantina Grega (1829)
  • Igreja Greco-Católica Ucraniana (1595)
  • Igreja Católica Bizantina Rutena (1646)
  • Igreja Católica Bizantina Eslovaca (1646)
  • Igreja Católica Búlgara (1861)
  • Igreja Greco-Católica Croata (1611)
  • Igreja Greco-Católica Macedónica (1918)
  • Igreja Católica Bizantina Húngara (1646)
  • Igreja Greco-Católica Romena unida com Roma (1697)
  • Igreja Católica Ítalo-Albanesa (esteve sempre em comunhão com a Igreja Católica)
  • Igreja Católica Bizantina Russa (1905)
  • Igreja Católica Bizantina Albanesa (1628)
  • Igreja Católica Bizantina Bielorrussa (1596)
Ritos originários de Antioquia[]

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

  • Igreja Maronita (união oficial reafirmado em 1182)
  • Igreja Católica Siro-Malancar (1930)
  • Igreja Católica Siríaca (1781)
Ritos originários da Síria oriental[]

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

  • Igreja Caldeia (1692)
  • Igreja Católica Siro-Malabar (1599)
Rito Arménio[]

É utilizado pela Igreja Católica Arménia (1742)

Ritos originários de Alexandria[]

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

  • Igreja Católica Copta (1741)
  • Igreja Católica Etíope (1846)

Igreja Católica no mundo contemporâneo[]

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Mapa mostrando a percentagem de fiéis católicos em relação à população de cada país.

Na sociedade ocidental, mas não ao nivel mundial, a Igreja Católica, como muitas outras denominações cristãs, assistiu a um rápido declíneo na sua influência global no fim do século XX. Crenças doutrinárias rígidas em matérias relacionadas com a sexualidade humana são pouco atraentes num mundo ocidental secularizado onde a diversidade de práticas sexuais e a igualdade dos sexos são norma. A Igreja Católica Apostólica Romana, anteriormente influente nesta parte do globo terrestre, perdeu muita da sua influência, principalmente em lugares onde em tempos desempenhou um papel de primeira importância, como o Quebec, a Irlanda ou a Espanha. A generalidade população abraçou a ideia do secularismo e tentou diminuir a influência da Igreja na sociedade. Ao mesmo tempo, no entanto, o Catolicismo, principalmente o latino, vem experimentando uma dramática adesão em África e em partes da Ásia. Ao passo que em tempos os missionários católicos romanos oriundos do Ocidente serviam como padres em igrejas africanas, em finais do século XX havia um número crescente de países ocidentais que já recrutavam padres africanos para contrabalançar a redução nas suas próprias vocações.

Críticas à Igreja[]

Crystal Clear app xmagVer artigo principal: Aspectos controversos do Catolicismo


A Igreja Católica é uma entidade que tem dois milênios de história, sendo uma das instituições mais antigas do mundo contemporâneo. Historicamente, as críticas a esta Igreja já tiveram muitas formas e partiram de diversos pressupostos ao longo das gerações. Algumas vezes essas críticas tiveram grandes conseqüências, como as contestações morais e teológicas de Martinho Lutero no século XVI, que levaram ao nascimento do protestantismo.

No contexto actual, as críticas tendem a centrar-se em dois pontos. Em primeiro lugar, a história dessa instituição possui episódios que, em maior ou menor grau, são vistos por muitos como injustos e em contradição com a mensagem cristã que a fundamenta. Um outro aspecto importante é que muitos dos conceitos e modelos de comportamento adotados na sociedade atual parecem estar se distanciando de seus ensinamentos (ou em oposição a eles). Tal distanciamento é notável em temas como bioética, sexualidade, matrimônio, a aplicação da pena de morte, entre outros.

O fato de já ter havido graves erros por parte de membros da Igreja é reconhecido pela própria instituição e, no contexto do Jubileu dos 2000 anos, a levou a pedir perdão por tais atos praticados no passado.

Referências[]

Ver também[]

  • Romano Pontífice
  • Colégio dos Bispos
  • Sínodo dos Bispos
  • Cúria Romana
  • Legados do Romano Pontífice
  • História da Igreja Católica Apostólica Romana
  • Concílio Vaticano II
  • Santa Sé
  • Sucessão Apostólica
  • Outras Igrejas cristãs
  • Dogmas da Igreja Católica

Ligações externas[]


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